3 [= RM 157,32]: Anónimo «Mui gran temp’á, par Deus, que eu non vi» [B 3, L 3]

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B


   
   
   
Muy gram tenpa par deꝯ que eu nō uy  
Quē de beldade uence toda irem  
Esse xemela queyxasse porem1  
Gran derey te ca eu ho merecy  
E bem me pode chamar desleal  
De q̄rer eu nē por bē nē por mal  
Viuer comorassem ela viui  
   
E pois q̄ me deuiuer at’ ui  
ssen̄a uuer en q̄ fiz muy malssem  
Dereyto faz seme mal talam tem  
Por tal sandiçe qʷl eu comety  
E con tal coite tan descomunal  
sse me ds̄ ou ssa mesura nō ual2  
Deffenson out᷈ nō tenheupor m*3  
   
Cadaq̄l dia en q̄ meu p̃ti  
Da mha senoʳ emeu lume4 emeubem  
Poʳ q̄o fiz amorrer me ꝯuē  
Poys uiui tanto sen tornar aly  
Hu ela esse poren sanhatal  
Filhou demī eme ssa mercee ffal  
Ay eu cati uo eror q̄ uaçy  

L


Don Tⁱstan onamorado fez
sta cantiga /
 
--y g--m5 tenpa par deus ?q̄sej non uy quem de
belda-- ----- tod- ---m esse --mela queyxasse pore
ra gauderey te ca eu ho meicy et ben me poder chamar
desleal de querer eu nen p-r bem nem por mal
viuer6 Cō morassen - elaViuj
 
 
 
E pois q̄. meu de nuier atʳnj ssen̄a veer en
q̄ fuz muy malssem dereyto faz seme mal talam
tem por tal sandeçe q̄l -- comety / econ tal
coit- t -n des------- sseme d-̄ - u/ ssa mesura
non val defenson out.ª nō ---heu por mj̄.
 
 
 
Cad aql̄ dia en q̄ meu pʳti damha senor
e meu lume e -eu b-- por q̄o fiz amorrer
me ꝯuē poy- uj ui tanto sē tornar aly hu ela
e sse porem sanhatal filhou de mj eme ssa
mercee ffal ay eu catiuo e porq̄ nacy
  1. ^

    O primitivo grafema <n> foi transformado en <m>.

  2. ^

    A parte final do vocábulo é difícil de ler a causa do traspaso de tinta do recto do folio.

  3. ^

    A ilexibilidade da parte final da palabra obedece ás razóns aducidas para a forma comentada na nota precedente.

  4. ^

    As formas escritas entre mha e a forma lume levan superpostos varios trazos de tinta.

  5. ^

    Dos grafemas g e m quedan restos.

  6. ^

    Do grafema r quedan restos.