805 [= Tav 114,11]: Paai Gomez Charinho «Muitos dizen con gran coita d’amor» [B 809, V 393]

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B


Muytꝯ dizem cō g̃m coyta damor
que queiriam moirer e que assy  
ꝑderiam coytas mays eu demj  
quero dizer uerdada mha senhor  
Queria melheu muj grā ben querer  
mays nō queria por ela moirer  
   
Comoutrꝯ moirerō e q̄ ꝓl tē  
ca des q̄ moirer nona ueerey  
nē boō uiço nūcalhi farey  
porēda senhor q̄ eu q̄ro bē  
Queria melheu muj gram ben  
   
Comoutrꝯ moirerō no mūdo ia  
q̄ depoys nūca poderō uir  
as pᵉ q̄ moirerō nēlhis pedir  
rē porendesta q̄ mestas coitas da  
Queria melheu  
   
Ca nūcalhi tā bē posso fazer1  
uiço morto comosse uiuer

V


Muytꝯ dizem con gram coyta damor
que querriam morrer eque assy  
perderiam coytas mays eu demi  
quero dizer uerdada mha senhor  
queria melheu mui gram ben querer  
mays nō queria por ela morrer  
   
Como utrꝯ morrerō e q̄ ꝓl tē  
ca đs q̄ morrer nona ueerey  
nē boō uizo nū calhi farey  
porēda senhor q̄ eu q̄ro bē  
queria melheu mui grā bē  
   
Comoutrꝯ morrerō no mundo ia  
q̄ depoys nūca poderō uir  
as pᵉ q̄ morrerō nēlhis pedir  
rē porendesta q̄ mestes coitas da  
oaieria melheu.  
   
Ca nūchali tā bē posso fazer  
uiço morto como sse uiuer
  1. ^

    Colocci marcou os dous versos da fiinda cunha liña vertical á esqueda.